quinta-feira, 27 de novembro de 2008

A ARTE DA INTERPRETAÇÃO DO HORÓSCOPO







ALEXEY DODSWORTH

ASTROLOGIA HORÁRIA
(6 Dez das 10 às 12 hs)

A Astrologia horária, dentre todas as vertentes do vasto campo do saber astrológico, é provavelmente a mais clara demonstração de quanto um conhecimento pode ser simples em suas regras. Tal simplicidade, longe de ser um demérito, constitui a vantagem da Astrologia horária, além de ser a justificativa de sua notável eficácia. Que não se compreenda, entretanto, sua simplicidade com leviana facilidade. O estudo de cartas horárias demanda uma atenção redobrada, pois por um detalhe podemos perder elementos importantes que deveriam ter sido considerados. E as regras envolvidas são muitas, exigindo do estudioso mais atenção e muito estudo.
(...)
Particularmente, valho-me da Astrologia horária (e de outros oráculos) apenas quando compreendo que não poderei obter a resposta devida por vias outras. A minha recomendação expressa é: oráculos não são uma necessidade, são um instrumento possível. E quanto mais o consulente mantiver em mente uma postura respeitosa não apenas em relação aos oráculos, como sobretudo em relação a si mesmo, tanto mais eficientes serão os oráculos para ele.



ANTONIO CARLOS HARRES BOLA

SABER OS CÉUS


(5 Dez, das 20 às 22hs.)

Este termo foi criado por Amâncio Friaça e me parece que é o que melhor reflete o que vou tentar sinteticamente tratar aqui. Saber tem a mesma origem da palavra sabor: algo que só se atinge por experiência própria, pelo contato direto, pela vivência diária, pela comunhão onde não há distinção entre observador e observado, sujeito e objeto. Em suma, onde impera uma visão não-dualista, onde ciência e com-ciência andam juntas e, muito antes de qualquer física quântica, sabe que toda a interpretação está sujeita à interferência do intérprete através de seus sistemas de crenças, baseados em sua forma particular de perceber o mundo – a começar pelo próprio mapa astral sob o qual respirou nele a primeira vez –, segundo suas origens genéticas, étnicas, o momento histórico, a cultura e a educação formal e religiosa que tenha recebido.


EDIL CARVALHO

A ASTROCARACTEROLOGIA E A COSMOVISÃO HUMANA
(6 Dez, das 14 às 16hs.)

O mapa astrológico pode ser considerado como um sistema que abarca e cataloga as experiências mais importantes e radicais de que se constitui a vida humana, sobretudo se considerarmos as experiências representadas pelas doze Casas Astrológicas, tais como amor, família, trabalho, morte etc. (...)
A Astrocaracterologia, concebida pelo filósofo Olavo de Carvalho em 1989, leva adiante tal investigação, associando tais observações antigas àquilo que de mais consistente a psicologia moderna produziu sobre o mesmo assunto, construindo assim uma teoria astrológica de fundamento cognitivo.



GREGÓRIO J. PEREIRA DE QUEIROZ

AS QUALIDADES PRIMITIVAS NA INTERPRETAÇÃO
(6 Dez, das 16:30 às 18:30hs.)

Quem estudou Astrologia sabe que existem as Qualidades Primitivas, as dinâmicas Quente, Úmido, Frio e Seco, que formam elementos, signos e planetas. Em algum momento, o estudante de Astrologia vem a conhecer estas Qualidades e aprende que elas estão na base da construção de signos e planetas. Mas não se encontra informação a respeito do uso efetivo das Qualidades Primitivas na interpretação da carta astrológica. (...)
Este texto pretende mostrar como trabalhar a interpretação da carta com as Qualidades Primitivas, preservando sua presença na análise de signos e planetas, interpretando a relação entre eles, e sua posição nas Casas, de acordo com a configuração que nos é dada por essas qualidades.



MAURICIO BERNIS

PROGRESSÕES SECUNDÁRIAS E TRANSITOS PLANETÁRIOS
(7 Dez, das 10 às 12hs.)

(...) Sendo assim, só existe uma maneira de se ampliar o livre-arbítrio: ampliando-se o espectro de percepção do ser humano, de tal forma que ele possua uma gama maior de elementos para decidir seus passos e opções. E isto somente se obtém através de um maior auto-conhecimento e, obviamente, através da utilização das funções subconscientes.
A Astrologia e suas técnicas previsionais se apresentam como uma via opcional de iluminação, uma vez que elas apontarão caminhos, tendências, estímulos e oportunidades.


OSCAR QUIROGA

SEGREDOS DA INTERPRETAÇÃO
(7 Dez, das 14 às 16hs)

Primeiro segredo: A Proposta.
Considerando que a intervenção de um profissional de Astrologia tenha por objetivo a orientação, parece-me que o grande segredo da interpretação consista em se ter em mente um objetivo claro a respeito da informação que se ofereça a um consulente. Ou seja, há de se ter uma imagem mental do que seria a Ordem que permeia o Universo, pois, a Astrologia deve todo seu sentido e significado ao fato de o Universo não ser construído ao acaso, mas seguindo as linhas dispostas de forma inteligente e intencional pelo que pareceria ser uma Inteligência Superior.



VALDENIR BENEDETTI

DOMÍNIOS E FUNÇOES TERRESTRES DOS PLANETAS
(7 Dez, das 16:30 às 18:30 hs)

OS DOMÍNIOS
Domínios são territórios, espaços a ser explorados, cenários onde projetamos nossos desejos, nossas sombras, nossa luz. É onde experimentamos a vida e reconhecemos as referências do ambiente, das relações. São as funções do ser objetivamente sendo expressas e atuadas na esfera física e em espaços perceptivos e existenciais em todos os planos que podem ser experimentados.

AS FUNÇOES TERRESTRES
Regência, exaltação, exílio e queda são tradicionais designações para as posições dos planetas em signos com os quais tenha algum tipo de identificação analógica, por sua presença ou por sua ausência, complementando dentro de uma linguagem simbólica e completamente sintética os significados dos signos, e funcionando inclusive como referenciais funcionais desses mesmos signos.



Inscrições para o ciclo de palestras:


REGULUS ASTROLOGIARua Estela, 515 • Bloco E • Conj.71 • (11) 5549 2655 http://www.regulus.com.br/

ASTROBRASILRua Estela, 515 • Bloco F • Conj. 102 • (11) 5083 0260 http://www.astrobrasil.com.br/

com Valdenir Benedetti, mediante depósito bancário (informe o depósito por email e traga o comprovante no dia do evento)

Banco Itaú : agência 0553 : conta corrente 45412-5

Valor:Até 30 de novembro: R$ 180,00 (para sócios da CNA: R$ 150,00)

A partir de 1º de dezembro: R$ 210,00 (para sócios da CNA: R$ 180,00)


Organização: Valdenir Benedetti (valbenedetti@gmail.com)




LOCAL: AUDITÓRIO SÃO VICENTE DE PAULO

Rua Albuquerque Lins, 844 - Higienópolis - SP

domingo, 9 de novembro de 2008

GURDJIEFF




“Se um homem pudesse entender todo o horror da vida das pessoas comuns, que estão dando voltas num círculo de interesses insignificantes e insignificantes objetivos, se pudesse entender o que é que elas estão perdendo, compreenderia que só pode haver uma coisa importante para ele – escapar da lei geral, ser livre. O que pode ser importante para um homem que está na prisão e foi condenado à morte? Somente uma coisa: Como salvar-se, como escapar: nada mais é importante."
G. I. Gurdjieff

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

ESTAR PRESENTE

Estar Presente


Tenho observado a dificuldade constante que algumas pessoas têm para "estar aqui", estar presente. Tenho constatado principalmente em mim essa dificuldade.
Creio que essa foi um dos maiores obstáculos em minha historia para que eu me conectasse com meu próprio crescimento.
Estou reconhecendo que quase sempre estive ausente, sempre estive em outro lugar qualquer, menos onde eu realmente estava. A mente divagando, indo para o futuro, mergulhando no passado, buscando referências lógicas, emocionais, surreais às vezes, qualquer coisa para que eu me ausentasse do momento a ser vivido, do lugar a ser de fato ocupado.
Esse estado de "ausência" tornou-se um modo de vida, transformou-se na única realidade possível. O Eu ausente transformou-se, com o tempo, na única coisa a ser reconhecida como o verdadeiro Eu.
Aprender sobre essa ausência foi e continua sendo uma tarefa áspera. Perceber o quanto sou incapaz de me sintonizar com o presente, com o momento vivido; o quanto é difícil ouvir os sons e vozes do lugar em que estamos; como é complicado se relacionar com o "outro" sem me abstrair com meus próprios pensamentos, sem me deslumbrar com os sentimentos que transbordam. Perceber que estar presente é muito difícil porque depende sempre de ter consciência do "outro", reconhecer no "outro" tudo que existe em mim e que tantas vezes não quero ver, por isso a mente escorrega para labirintos lógicos ou para recantos obscuros que não tem talvez o menor vínculo com o que está acontecendo no presente.
Todo esse processo de desviar o foco de atenção para algum lugar que não seja "aqui" é necessário para alimentar a ilusão que foi construída ao longo do tempo a respeito de si próprio. Se eu me focalizar na realidade mesma do que está acontecendo, terei que reconhecer que talvez Eu não seja exatamente o que penso ser, o que espero ser. Perceber que talvez nós sejamos outra coisa diferente de tudo que aprendemos, tudo que construímos dentro de nós mesmos é muito forte, representa às vezes um processo de perder a identidade.
Acontece que essa "identidade" é, --em função da falta de conexão com a realidade--, totalmente falsa, artificial, construída com fragmentos de idéias que nem sempre nos pertencem, elaborada com dogmas, conceitos, verdades que talvez pertençam a outra realidade, a outras pessoas, e que não afinam com nosso coração, com nossa essência.
Perder a identidade, aquela, pode ser o caminho para encontrar a identidade.
O processo de estar presente se torna cada dia mais doloroso na medida em que temos que tirar a roupa, tirar as vestes todas, ficarmos definitivamente nus das ilusões que nos acobertavam e aqueciam. Olhar-se no espelho do "outro" totalmente nu de preconceitos, justificativas e julgamentos é descobrir a própria identidade, é descobrir quem realmente somos, quem sou Eu.
Essa caminhada nada suave traz uma recompensa. Traz a consciência de si mesmo, traz a pessoa verdadeira à tona, traz a verdade para a superfície, nos transforma em pessoas de verdade, que é o primeiro passo para a evolução, provavelmente o princípio de um conhecimento maior, de uma conexão com a realidade divina.
Enquanto eu for um personagem forjado pela necessidade de dar significado à minha existência dentro de um contexto ilusório, não posso de fato progredir. Estarei circulando em torno de mim mesmo, em torno de minhas idéias e das idéias que me foram destiladas pela vida, estarei voando aleatoriamente como mariposa em volta da luz, sem jamais poder ter um contato real com a Luz.
Despir-se do personagem que criamos não significa abrir mão das defesas básicas, do instinto de sobrevivência; não significa também tornar-se anti-social ou alienado. O que acontece é que, na medida em que vamos nos desnudando de nossa história e nossos disfarces e caminhando ao encontro de nossa essência, começamos a nos relacionar com o que é mais essencial no "outro", estabelecemos uma relação mais verdadeira com o mundo que nos cerca, entramos em contato com a natureza real das coisas, nos tornamos pessoas reais.

Contam os árabes que Alah certo dia resolveu mudar todas as águas do mundo, e aquele que bebesse da nova água se esqueceria de sua porção divina, se esqueceria que era a manifestação de Deus, o próprio Deus. Um único homem prestou atenção às palavras do profeta que revelou a intenção de Alah, e foi até a fonte e encheu muitos barris de água, que escondeu em uma caverna que só ele conhecia. Veio um imenso diluvio que inundou toda a terra e lavou a água que existia, todas as águas foram trocadas e, cada um que bebia da nova água imediatamente se esquecia que era parte de Deus, se esquecia que era uma criatura divina porque era filho da Divindade. O homem que ouviu o profeta não bebeu da nova água, ia todos os dias a seu esconderijo e bebia da velha água, aquela que não fazia esquecer, e ele era o único que sabia a verdade, o único que não havia esquecido quem ele era na verdade.
Depois de muito tempo, o homem que lembrava começou a se incomodar com a solidão, com o isolamento ao qual era submetido por todos os outros, que não o compreendiam, não sabiam o que ou quem ele era na verdade. A pressão da solidão foi muito grande, a vontade de se relacionar, de trocar com as pessoas começou a imperar e o homem acabou bebendo da nova água. Imediatamente se esqueceu de quem ele era e se tornou igual a todos os outros e nesse dia houve uma grande festa para comemorar a milagrosa cura do louco, que retornou de sua loucura para o convívio dos homens de bem...


A questão é essa, bebermos da água que nos faz lembrar quem somos na verdade, aceitarmos quem somos, sermos nós mesmos em conexão com a natureza, em sintonia com as leis do universo, pode representar um movimento em direção à solidão e isolamento por parte de pessoas que nós amamos. Nos tornarmos nós mesmos pode representar sermos alvo de um julgamento duro e ácido de que nos alienamos ou estamos com algum desequilíbrio, pois a referencia de todos será sempre o mundo ilusório dos personagens que cada um criou para sobreviver. Talvez por isso seja tão difícil optarmos por beber a velha água e nos lembrarmos de nossa conexão com Deus.
Aquele que se despe de seus disfarces, que deleta o personagem conveniente, fica presente, se relaciona com o momento, com o agora, com o instante que está vivendo, e ai então percebe que não está só, que tem muitas pessoas fazendo isso, tem gente se despindo dos julgamentos e do medo de ser julgado e se posicionando no mundo, ficando presente.
Não estamos sós. Aqueles de nós que estão atendendo o apelo do Eu verdadeiro e se transformando e se libertando encontram pelo caminho muitas pessoas que estão vivendo o mesmo processo, que também estão se desnudando da ilusão e procurando serem verdadeiras. Cada dia mais pessoas estão compreendendo que é necessário quebrar as regras que nos prendem a um mundo ilusório que nos aliena de nós mesmos, que nos transforma em personagens e caricaturas de pessoas. A cada instante tem gente rompendo com acordos sociais, compostos de infinitas clausulas de certo e errado, e que foram celebrados sem nossa presença e sem nossa concordância, e que por isso não temos que obedece-los.
Dizem os xamãs e videntes Toltecas que no mundo material o semelhante repele o semelhante, como os pólos de um imã. Os opostos se atraem nesse universo. No plano transcendente, onde circulam forças espirituais, onde apenas a Luz e a verdade prevalecem, o semelhante atrai o semelhante e por isso, aqueles que se libertam da necessidade de ser aceito de acordo com as regras dos outros, aqueles que se conectam consigo mesmos e com a Realidade, se sentem atraídos e se ligam e se unem com os que estão fazendo a mesma caminhada em direção à Luz.
Por isso não é preciso sofrer de solidão, não é preciso se apegar à formulas e comportamentos que nos dêem a ilusão de aceitação, não é necessário ter medo de estarmos separados do mundo, pois o mundo real está se apresentando para os que experimentaram o desapego, os que venceram o medo e ousaram ser eles mesmos.
Felizmente não estamos sós.